COMMUNITY

Workshop CIDADE ÁGUA

Nos dias 17 e 18 de agosto de 2021 realizamos o Workshop Cidade Água seguindo a estrutura proposta no dia da primeira reunião do projeto. Abrimos com a Fala do diretor do Instituto, Anders Hentze, apresentando a plataforma, seu design e estrutura de funcionamento. Do mesmo modo como aconteceu um mês antes, durante sua inauguração no Simpósio Community Architects, dentro da programação do Congresso Mundial de Arquitetos UIA2021RIO.

Em seguida comentei sobre a estruturação do projeto a partir dos 3 conceitos: Água (simbolizando os recursos), Comida (metabolismo a partir dos recursos) e Bem Viver (acessibilidade aos recursos e seu usufruto, ou metabolismo). Expliquei que a escolha desses elementos tangíveis, significantes, tem o objetivo auxiliar no entendimento das estruturas conceituais, mas de forma alguma limitá-las.

Ouvimos os relatos de moradores que atuam de formas distintas, porém conexas, no território da Rocinha. Na conservação da memória e narração de uma história contada a partir de falas locais, na produção de respostas para a urgência das demandas do presente, ou ainda, no modo colaborativo de pensar futuros possíveis.
Por fim pudemos assistir uma breve apresentação de um projeto desenvolvido em parceria entre iniciativas locais e universidades no Complexo da Maré, outro conjunto bastante relevante na formação cultural da cidade do Rio de Janeiro. Na Maré, assim como na própria cidade, até o nome está ligado a esse precioso recurso que é a água. Mais que uma apresentação, foi feito um convite para expandir o projeto à Rocinha.

No segundo dia, o diálogo foi conduzido por falas de fora da Rocinha. Abrindo com um relato sobre a complexa rede de colaboração muito bem articulada, que se estrutura em Cali na Colômbia, nesse momento.
Além desse, foram apresentados outros projetos como o Mão na Jaca, ação que se apropria da abundância do fruto exótico presente nas matas da cidade. Abundância tanto de quantidade, quanto de possibilidades nutricionais, econômicas, ecológicas e culturais.
O Vale Encantado, uma pequena e secular comunidade localizada no Alto da Boa Vista no Rio de Janeiro, onde suas diversas e geracionais atividades econômicas que partiram de culturas agrícolas de alimentos, café, flores, extrativismo mineral, chegam aos dias atuais como um exemplar ciclo de integração ecossistêmica, pela utilização de biossistemas diversos, produção de alimentos orgânicos agroflorestais, turismo ecológico, etc.
As iniciativas do Galpão Aplauso que transformam jovens de periferias do Rio de Janeiro e de todo o Brasil, em profissionais bem qualificados nas diversas áreas das artes e da cultura, através de metodologias que dissipam o hiato periferia-centro.
O último depoimento veio de uma voz vizinha, do Vidigal, favela que divide o Morro Dois Irmãos com a Rocinha, lançada às encostas que desaguam diretamente no mar. O projeto apresentado ali foi um telhado verde que serve como abrigo de transporte público, coberto por ervas medicinais que protegem, embelezam e se colocam disponíveis a todo morador ou passante.
Nem todos os convidados puderam estar presentes nos dois dias. Mas acredito que os ganhos do encontro remoto tenham superado em muito as dificuldades de agendas e fuso horários antes de difícil compatibilidade para um encontro como esse.

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